sábado, 12 de fevereiro de 2011

Não se adequar


Qualquer função, objetivo, ideologia, pensamento. Tudo é regrado, separado em subconjuntos, submatérias, sub-inutilidades. Na religião você tem que ser ateu, cristão, judeu... na política você tem que ser esquerda, direita ou, mesmo lhe atirando pedras, centro. E assim em grande maioria das ocorrências da vida.

Estive pensando em uma dessas noites virando na cama e conversando comigo mesmo, em que estilo de escrita eu me adapto ? Juro que não sei responder, acredito que minha escrita é livre. Na verdade, nem quero saber quais são esses estilos. A partir do momento em que eu tiver que abrir mão de vontades próprias para falar 'Eu sou de tal grupo', não serei eu mesmo.

É como a gramática faz com a língua. A escrita deveria ser como reprodução em códigos da fala, mas não, a escrita tenta regrar os diálogos. Juntar todas aquelas babozeiras de regras e nomes quase que científicos para uma simples frase, de forma perfeita. Saber dominar os adjuntos adnominais, adjetivos, pronomes, predicativos, tudo para nos acorrentar, para nos adequar ao estilo europeu de falar. Isso é ser educado para o padrão da sociedade, se regrar é ser educado, deixar você submetido a leis invisíveis é ser culto.

Aos poucos vamos nos fazendo, nos descobrindo, fazendo a NOSSA cultura, sem regras, sem trajetos definidos porém, a originalidade e as tradições culturais de cada local são vistas com preconceitos nessa sociedade com visão fechada.

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